Caríssimas irmãs e irmãos
Paz e Bem!
Há um santo costume na Família Franciscana de celebrar na noite do dia 03 para o dia 04 de outubro, “O Transito de São Francisco”. A palavra mais adequada para os nossos dias é: “Páscoa de São Francisco”. O sentido é o mesmo, mas compreensão da palavra Páscoa alarga nossos horizontes.
As celebrações são as mais variadas possíveis: cantigas, jograis, danças e os jovens fazem teatro de sua morte. A chegada da Sorella Morte: o choro dos frades, a orfandade de Clara e de suas irmãs. Frá Jacoba: o traslado de Santa Maria dos Anjos para a Igreja de São Jorge, a passagem por São Damião, o lamento dos pobres, a admiração do povo de Assis e a reverencia dos eclesiásticos.
Ainda que a tônica desta noite seja o encontro de Francisco com a Irmã Morte, por ele já desejada e esperada com reverencia, parece que o sentimento está vivo em nós e em nosso meio. Sim, Francisco de Assis, de Clara, da Porciúncula, de São Damião, do Monte Alverne e de Canindé, não morreu, ou melhor, morreu e ressuscitou na alma de nossa gente!
Que mistério, a presença do ausente! Alguém nos é tirado, mas o sentimos profundamente presente. Sim, o ausente Francisco de Assis está presente: na alma de quem sonha com a paz e a liberdade, de quem ama a pobreza de Cristo e os pobres de Jesus, na alma de quem ousa construir relações remidas pelo perdão, nas mãos de quem se faz da existência um serviço à fraternidade entre os seres criados, na teimosia lúcida dos profetas, na cantilena dos romeiros em tantas romarias, na vida escondida das Clarissas nos claustros, nas irmãs consagradas, na consagração dos frades no empenho de fazer deste mundo uma casa de irmãos e irmãs, e nas leigas e leigos seculares que atualizam sua presença nas realidades do mundo.
Francisco de Assis está vivo na Família Franciscana do Brasil, nas suas muitas Fraternidades espalhadas pelos rincões da Mãe Pátria, homens e mulheres que ousam viver na inspiração do Pobrezinho de Assis. Ele está vivo na nova Diretoria que o assume a tarefa de animar as irmãs e irmãos.
Ele está vivo e por isso vamos mostrá-lo, juntamente com a Mãe Clara, aos jovens do mundo inteiro que virão ao Rio de Janeiro para a Jornada Mundial da Juventude. Esta tarefa é nossa, é de quem ama Francisco e Clara, de quem encontrou neles um jeito de ser e de viver.
A festa de hoje é um abastecer do coração, pois, as realidades sociais, econômicas, políticas, culturais, eclesiais que clamam por Francisco são muitas e profundamente desafiadoras.
É preciso recobrar o sonho, retomar o animo e seguir adiante.
Boas festas e mãos a obra!
Frei Éderson Queiroz OFMCap
Presidente da FFB
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